Estou a chocar alguma!

Este blog vai chocar com várias raças, religiões, regiões, bairros, sexo, credos e até com ele mesmo. O objectivo é divertir todos, perceber que as diferenças só deverão servir para nos aproximar. Quem se ofender... bem, temos pena!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sair de Angola I

Sair de Angola tem tanto material para escrever que vai haver vários posts com isto.
Viajar de avião com a TAAG (Transportes Aéreos Angolanos) faz-me lembrar as minhas viagens de autocarro no Laos. Neste país do sudeste asiático o autocarro parte da capital Vientiane para a antiga capital do país Luang Prabang às 7 horas da manhã. O dia começa cedo na Ásia. Chegamos ao terminal (um terreno de terra batida aberto, mais uma vez parecido com o Aeroporto 4 de Fevereiro em Luanda) às 6 horas para assegurar um bom lugar no autocarro de 25 lugares. Mas são 25 lugares numa carrinha do tamanho pouco maior que uma Hiace. Já lá estava um francês de 1.94. O franciú (mais uma razão para eu odiar os mal cheirosos dos franceses) já era batido na Ásia chegou lá mais cedo para ficar com o único lugar onde as pernas de alguém acima de 1.80 cabem. A altura da carrinha é de 1.75 e as minhas pernas não cabem, mesmo no lugar sentado de 2 pessoas, que achei.Para piorar, devido à boa educação que recebi, cedi o lugar a uma mãe com 2 crianças que teriam de ir em pé. Cabiam os 3 facilmente onde eu não cabia. Já a ver as coisas mal paradas, pois o autocarro estava quase cheio e eu sem um lugar onde conseguisse ir minimamente confortável durante as 12 horas de viagem que cobrem os 200 km de estrada buracosa. Já são 10 horas da manhã e eu estou farto de estar em pé numa carrinha com 1.80m de altura e de ter o pescoço todo vergado para baixo (para quem não me conhece tenho 1.90m, até porque deve haver imensa gente que não me conhece interessado nesta porcaria de blog). Até que percebi que o autocarro só parte quando estiver cheio. Cheio não, à pinha. Com galinhas, sacos de arroz, farinha e todas as outras coisas que qualquer asiático leva consigo. Mas o buda (o deus dos chinocas) ajudou-me. Amontoei várias sacas de farinha e arroz quase até ao tecto e deitei-me em cima delas. Depois, como os japas (para mim, tem olhos em bico, é tudo igual) como não estão habituados a andar de carro, só de bicicleta, começam a enjoar e a vomitar pelas janelas.

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