Estou a chocar alguma!

Este blog vai chocar com várias raças, religiões, regiões, bairros, sexo, credos e até com ele mesmo. O objectivo é divertir todos, perceber que as diferenças só deverão servir para nos aproximar. Quem se ofender... bem, temos pena!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Nomes

Os PALOPS e Brasil tem uma grande vantagem sobre nós. Podem escolher os nomes que querem. Alguns de vocês, os mais conservadores dirão logo: mas isso origina nomes horrorosos. Então fui consultar a lista de onde podemos escolher os nomes em Portugal: Soraia, Micaela, Cátia Vanessa, Alveno, Aguinaldo, Berengária, Gaudêncio, Frutuoso, Hermenegildo, Ifigénia, Leopoldina, Mónio, Minervina, Ordonho, Querubina, Urraca (sim, este ainda podem dar à vossa filha), Vladimiro, Xisto, Zuleica, Zulmira, Zenaide, etc, etc.
Olhem agora os nomes que encontrei em Angola:

  • Oficial Pereira
  • Sargento João
  • Engenheiro Fonseca
  • Kitengo Kunga
  • General Teixeira
  • Professor Silvestre
  • Micau Jecsom (estava mesmo assim escrito no cartão de identificação do ajudante de cozinha)

Eu adoraria chamar-me Sargento. Odeio quando, ao telefone, nos serviços de apoio a cliente me pedem o nome e me tratam por Sôr “nome”. Agora: “o Sôr Sargento, não carregou mais uma vez a sua Vitamina e por isso cortamos-lhe o serviço”, ou “O Sôr Sargento está sem luz porque mais uma vez não pagou as contas”!

terça-feira, 24 de julho de 2007

Despedida


Recebi a notícia este fim de semana. Não vou regressar a Angola. A noticia caiu como uma bomba. Estou desolado. Apesar de tudo, estou cheio de saudades. Saudades das pessoas, dos amigos, das histórias, das diferenças, do ritmo, do calor e sobretudo da lógica deles. Depois do choque cultural, adaptei-me muito facilmente a Angola. Eles estão muito à frente. Neste momento sinto um vazio enorme.
Por isso vou começar a gozar com outras coisas. Mas antes ainda tenho muitas coisas apontadas sobre Angola. É uma boa forma de recordar os óptimos momentos que lá passei. Apesar de estar sem tempo nenhum para ir... caraças, estou mesmo triste!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Quase tão aldrabões como brazucas

Há actividades que tradicionalmente geram mentirosos. Um vendedor de automóveis nunca dirá a verdade e só a verdade. Se for bom, diz aquilo que o comprador quer ouvir. “Um comprador de automóveis gosta de acreditar naquilo que os vendedores dizem!” é uma regra do sector. Actividades relacionadas com o mar, também são propicias a grandes exageros e histórias a roçar o fantástico. O tamanho do peixe, a profundidade do mergulho, o tempo de apneia, o número de peixes, o tamanho da onda quando se surfa, aquele tubo que nunca se fez, o salto no kitesurf quando nem levantou da água, o planar no windsurf, etc, etc.
Mas nada se compara às constantes mentiras do angolano. Um angolano está sempre a mentir para encobrir a gasosa. Como todos recebem gasosa, todos aceitam as mentiras dos outros tranquilamente. Mas o problema é que a capacidade criativa é reduzida. Então qualquer branco sente a sua inteligência a ser insultada quando o angolano mente para se desculpar de uma qualquer responsabilidade não cumprida. Por exemplo, no fim de semana fomos à praia e quando chegámos, os empregados do restaurante é que nos vieram perguntar se queríamos reservar lagostas e peixe porque depois poderia não haver. Achámos um gesto simpático e puro. Ignorância nossa. Quando chegámos à hora de servir, esperámos 2 horas, com eles sempre a dizerem que já vinha o almoço. Depois de 2 horas lembraram-se da seguinte desculpa: “O peixe acabou!”. Obviamente perguntámos porque é que não disseram isso mais cedo e porque é que eles é que nos pediram para reservar. Então imediatamente ele respondeu: “é que o peixe estragou-se!”. Não acreditando, saí da esplanada e fui dentro do restaurante ver uma família a comer o nosso peixe e lagostas. Pagaram gasosa para comer a nossa encomenda.
No fundo quando nos pediram para reservar, queria gasosa. Peixe e lagosta em restaurantes angolanos, não é com vinho verde. Só com Gasosa!

terça-feira, 17 de julho de 2007

Prisão Domiciliária

Vou regressar a Angola, ou melhor à prisão domiciliária. Mas pior foram as primeiras 3 semanas: prisão num hotel de 4 estrelas angolano. Preço de uma garrafa de água: 7 USD. Quando chove a TV não funciona. Falhas de energia constantes que apagam todas as luzes durante minutos. O único computador com internet (se tiver sorte de estar livre), fica sem internet se está a chover e nas horas a seguir. Caí no erro de ir com óculos de natação para a piscina. Vi lá uns bichos, com aspecto de sanguessuga que me desincentivaram a futuros mergulhos.
A partir das 18 horas no lounge, um pianista preto tocava... pior que o meu irmão quando andava a aprender. E de referir que o meu irmão sabia mais músicas que ele: 2! Aquela música ainda hoje me causa arrepios. Ainda não sei se naquela fatídica sexta-feira em que cheguei ao hotel às 20h e me colocaram na rua, por falta de pagamento da TPA, foi uma benção ou castigo.
O pequeno almoço era sempre a mesma coisa e fartamo-nos facilmente. Começo a inventar misturas como por exemplo sanduíches gigantes com tudo o que há disponível.
Contrariando conselhos, saí para a rua. Precisava de comprar champô e ar puro sem ar condicionado. Depois de quase 1 km a andar, um carro tenta-me atropelar e sim, foi intencional. Talvez não para me matar, mas para me assustar.
Depois, 3 pretos com aquele aspecto, colam-se a mim e ficam a andar ao meu lado durante uns metros. Atravesso a rua e eles atravessam comigo, sempre colados a menos de 1 metro.
O que vale é que poucos angolanos comem eu tenho o dobro da força deles. Por isso, enchi-me de coragem e... pego na cabeça de cada um e esmago-as uma contra o outro. Depois pego no outro e faço-lhe um FU à John Cena e no outro um Razors Edge (mais conhecido como cruz invertida, Wrestling Old School) do Razor Ramon. E de seguida... já chega de tangas. Assim que me enchi de coragem fugi directo ao hotel sem olhar para trás. Nem o Obikwelu corre tão rápido de hawainas.

Moda


A moda em Angola tem muita expressão. Os desfiles de moda têm muita audiência e as pessoas ligam muito ao que vestem. Sinceramente gosto mais da moda angolana que a nossa. A europeia actualmente tem muita tendência para o preto. Em África há cor. E fazem questão que o tecido seja igual da cabeça aos pés. Isto nos vestidos mais tradicionais.
Mas encontrei um local na Europa onde as pessoas também gostam de se vestir de igual de cabeça aos pés. Uma cidade onde a moda e o vestir é também muito importante. Uma cidade, não. Uma nação! Uma nação, onde sair à rua sem estar todo “kitado” pode significar apedrejamento público. O Porto!
Olhem o que encontrei nos clérigos!! (foto ao lado) E garanto-vos que a única coisa que não tinha o tecido bombazina castanha clara era a sola das botas. Tudo o resto...
Eu não queria gozar com o Porto e tripeirada, porque depois de começar, o material é tanto que não vai dar para parar.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Desporto em Angola II



Outro desporto que vou tentar praticar é o Golf. Desta vez levo os tacos. O campo é no meio da savana. Mas tudo bem não há leões, porque... bem, basicamente porque não há animais em Angola. Os angolanos comeram tudo durante a guerra. De vez em quando lá se vê um pardal, que deve estar perdido das costas da Namíbia.
O visual é lindíssimo. A maior dificuldade é encontrar a bola. O fairway é pior que o rough do campo de Belas (os possidónios que não souberem estes termos, o melhor é nem perguntarem e irem ver calados à Internet). Aliás, nem sequer se percebe bem o que é o fairway, mata cerrada, estrada para os carros, etc. É tudo igual. Então os jogadores têm que ter um tapete pequeno de relva artificial e é tal e qual regras de Inverno: Levanta-se a bola (quando se a acha) e coloca-se por cima do tapete. Não sei quem é mais maluco! Os angolanos por terem este campo ou os brancos viciados em Golf que jogam nisto com 32 graus e 110% de humidade relativa.

Desporto em Angola

Tive muitas dificuldades em fazer exercício em Angola. O meu preferido era o sprint! Saía do hotel e andava para aí uns 400 metros. Depois quando me começavam a rodear para me assaltar, sprintava até ao hotel. Tenho a impressão que bati o record do Obikwelu.
Para além deste exercício, tentava acompanhar todas as manhãs, pelas 7h, o programa de ginástica da TPA.
O professor tinha uns carismáticos 55 anos. Os alunos eram pouco mais novos. As mulheres obviamente seguiam o standard de ideal de beleza angolana. Todas acima dos 100 kg.
Mas o interessante era a coordenação entre alunos e professores. Uma das aulas era body combat. Mas acho que os alunos foram preparados para aeróbica. Resultado andavam todos trocados. E a meio do exercício acaba a música. O professor diz para os alunos: “Não parem!” e vai colocar outro CD. Mas ninguém sabia a coreografia e ficam uns especados a olhar e outros a tentar seguir.
Acho que regresso a Angola dia 20 de Julho. Que saudades!

sábado, 14 de julho de 2007

Gaffes em Angola III

A meio de uma gravação alguns actores estavam a discutir calorosamente sobre um assunto qualquer angolano. A discussão estava acesa e como tinha acabado de chegar a Angola, nem sequer estava a perceber muito bem o calão deles e consequentemente o tema de discussão. Mais, estava a tentar sair deste grupo para nem ser envolvido. Eis que não quando me perguntam a minha opinião. Inocentemente e espontaneamente respondi: “Vocês são pretos, que se entendam!"
Desta vez riram-se!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sair de Angola II

Semelhanças entre autocarros no LAOS e a TAAG:
1. Os Angolanos acham que têm o mesmo tamanho dos chinocas, pois os bancos no avião estão uns em cima dos outros
2. O Avião só parte quando está cheio. Se não tem pessoas suficientes para o voo daquele dia, então fica adiado para o dia seguinte. E as pessoas já têm o check in feito e estão à espera no aeroporto. No dia seguinte há overbooking pois há gente a mais. Mas atenção, avisam na Televisão que o voo foi adiado!!!
3. Vi todo o tipo de bagagem de mão dentro do avião e ninguém me tira da cabeça que um preto levava 2 galinhas vivas numa mochila monte campo.
4. Nunca tinha visto até hoje ninguém vomitar num avião
5. O deus dos Angolanos, Rainha Ginga ou kimboló, ou uma coisa do género, também me ajudou e deu-me um dos 2 lugares onde as minhas pernas cabem.

Agora estão vocês a pensar que eu estou a dizer mal da TAAG. Enganam-se. Acho isto admirável. Apesar de não terem assinado o protocolo de Quito, a TAAG tenta reduzir as emissões, voando apenas com o avião completo. Eficiência máxima. Mais um ponto para Angola por serem tão ambientalistas

Sair de Angola I

Sair de Angola tem tanto material para escrever que vai haver vários posts com isto.
Viajar de avião com a TAAG (Transportes Aéreos Angolanos) faz-me lembrar as minhas viagens de autocarro no Laos. Neste país do sudeste asiático o autocarro parte da capital Vientiane para a antiga capital do país Luang Prabang às 7 horas da manhã. O dia começa cedo na Ásia. Chegamos ao terminal (um terreno de terra batida aberto, mais uma vez parecido com o Aeroporto 4 de Fevereiro em Luanda) às 6 horas para assegurar um bom lugar no autocarro de 25 lugares. Mas são 25 lugares numa carrinha do tamanho pouco maior que uma Hiace. Já lá estava um francês de 1.94. O franciú (mais uma razão para eu odiar os mal cheirosos dos franceses) já era batido na Ásia chegou lá mais cedo para ficar com o único lugar onde as pernas de alguém acima de 1.80 cabem. A altura da carrinha é de 1.75 e as minhas pernas não cabem, mesmo no lugar sentado de 2 pessoas, que achei.Para piorar, devido à boa educação que recebi, cedi o lugar a uma mãe com 2 crianças que teriam de ir em pé. Cabiam os 3 facilmente onde eu não cabia. Já a ver as coisas mal paradas, pois o autocarro estava quase cheio e eu sem um lugar onde conseguisse ir minimamente confortável durante as 12 horas de viagem que cobrem os 200 km de estrada buracosa. Já são 10 horas da manhã e eu estou farto de estar em pé numa carrinha com 1.80m de altura e de ter o pescoço todo vergado para baixo (para quem não me conhece tenho 1.90m, até porque deve haver imensa gente que não me conhece interessado nesta porcaria de blog). Até que percebi que o autocarro só parte quando estiver cheio. Cheio não, à pinha. Com galinhas, sacos de arroz, farinha e todas as outras coisas que qualquer asiático leva consigo. Mas o buda (o deus dos chinocas) ajudou-me. Amontoei várias sacas de farinha e arroz quase até ao tecto e deitei-me em cima delas. Depois, como os japas (para mim, tem olhos em bico, é tudo igual) como não estão habituados a andar de carro, só de bicicleta, começam a enjoar e a vomitar pelas janelas.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Palminhas

Outra coisa boa quando se viaja na TAAG são as palmas quando o avião aterra e nos sentimos finalmente em segurança. Este costume já desapareceu dos portugueses. Antigamente, quando viajava para os Açores ou Madeira, todos os verões, havia palmas entusiásticas mal o avião começava a dar sinal de travar. Sim, porque havia vezes na Madeira que o avião aterrava e não travava. Acelerava e levantava de novo, porque a pista era mínima e ainda caímos no oceano.
Actualmente eu sou sempre o primeiro a bater palmas e a puxar pelo resto da malta. Escusado será dizer que quem viaja comigo passa sempre vergonha, mas é um costume que eu não quero deixar morrer. E agora apenas meia dúzia de fieis é que me seguem, mas já muito a medo. Já dão duas ou três palmas e param logo.
Pior são os voos para a Europa. Fico sozinho a bater palmas com todos os outros passeiros a olhar para mim. Os nórdicos olham para mim com ar divertido e incrédulo, pois já nem se lembram desta tradição. O resto dos tugas desilude-me. Porque agora olham-me com desdém e acham que sou bimbo. São os mesmos que há anos tiravam os cintos de segurança muito antes dos sinais luminosos desaparecerem e faziam autênticas standing ovations ao piloto! Hipócritas!

Em defesa da TAAG

Este é um manifesto para ajudar a TAAG a poder voar na Europa.

  1. As refeições são enormes. 2 pratos, entrada e sobremesa.
  2. Antes da refeição dão logo 2 garrafas de vinho
  3. Durante a refeição trazem mais pão e vinho
  4. No final, com o café trazem whisky. Mas não são aquelas garrafinhas que nem o fundo do copo tapam. São garrafas de litro e servem o copo até transbordar, fazendo lembrar os clássicos penalties das tascas.
  5. Mal acabamos o almoço, dormimos uma boa sesta
  6. Mal adormecemos, já nos estão a acordar para o lanche, que é maior que o almoço da TAP e 10 vezes mais que a comida da Lufthansa.
  7. Se quisermos mais 2 garrafas de vinho com o lanche.
  8. Digestivo ao lanche (mais um copo a transbordar).

O único inconveniente de viajar na TAAG são as dores de cabeça e sede que tenho quando aterro. Ainda não percebi bem porquê. Agora medo?? Nunca tive. Principalmente depois da primeira garrafa. E medo de quê? Só porque eles têm os mapas das rotas antigas e andam à mesma altitude que aviões noutras rotas? Só porque eles não fazem revisões aos aviões? Só porque eles não põem óleo nos motores e fazem uma fumarada preta no céu? Só porque o sistema de vídeos deles está cheio de vírus informático?

Pode parecer que estou a gozar, mas nas minhas discussões com os Angolanos, eles dizem mesmo a palavra "só"! Nem nos anúncios do Feira Nova!!

terça-feira, 3 de julho de 2007

TAAG

Estou curioso para saber como é que as pessoas em Portugal estão a viver esta questão da União Europeia não permitir mais voos entre os países que a constituem e Angola através da companhia aérea TAAG. Como o Governo Angolano acha que a EU é racista e quer proibir os voos, não por questões de segurança, mas só para irritar os Angolanos, vai também proibir outras companhias europeias, como a TAP de aterrarem em Angola. Até porque sinceramente, tirando irritar lagartos, não há nada que dê mais gozo aos Europeus gozo que irritar Angolanos (para quem não sabia, toda a Europa odeia Lagartos e adora o Benfica - somos mais de 7 milhões).
Eu, aqui em Angola estou tranquilíssimo. Tenho voo marcado para dia 6, daqui a 3 dias. Por um lado tenho mesmo de regressar, porque tenho muitas questões profissionais e pessoais para resolver. É dinheiro que perco por não ir. Por outro lado, ficar em Angola sem carro, sem dinheiro e nem roupa trouxe porque só vim 6 dias, parece-me agradável. Também para que é que eu preciso de roupa se não posso sair de casa, sem ser baleado? Mas recentemente ainda ganhei mais uma perspectiva. Que é a TAAG só ser proibida de voar depois de dia 6 e eu embarcar. Eu adoro voar e viajar de avião. Mas se a EU quer proibir a TAAG de voar por questões de segurança… Está a aparecer a borra!!!!
Só para terem noção da minha perspectiva. Quando viajei pela primeira vez na TAAG os aviões tinham 2 semanas. Praticamente novos! Quando regressei a Portugal 2 meses depois, as TV com vídeos já não funcionavam. Pior, quando voltei agora a Angola os vídeos estavam cheios de vírus e não havia nada em Português. Todos os menus eram em inglês e todos os filmes e séries eram em inglês sem legendas. Eu era a única pessoa no avião a ver vídeos, quando os vírus não deitavam o sistema abaixo.
Será que a EU enganou-se? Quando reparou que os manuais de segurança e pilotagem dos aviões estavam apenas em Inglês e não em Português como mandam as regras, e viu apenas o menu dos vídeos? Será que o vírus é só do sistema de vídeo ou também do sistema de navegação?
Até parece que os aviões da TAAG estão para aí a chocar com prédios!!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Mais angolanadas

Uma das coisas que fazemos durante os engarrafamentos é ouvir rádio. Hoje estávamos a ouvir a seguinte notícia. Uma senhora que estava na berma foi atropelada. Como já vos expliquei, quando há engarrafamento, o Angolano tenta ser mais esperto e ir pelas bermas. Se estiver lá alguma pessoa e for atropelada… eles também devem pensar: “mais um preto, menos um preto...”. O repórter muito entusiasmado porque estava lá a fazer, segundo ele: “a fotografia possível”, falando com todas as testemunhas. Uma das perguntas era: “Percebeu se ele estava bêbado ou sério?”. A resposta: “Sim. Eu vi. Ele, pula, o carro e depois ou estava bêbado ou sério!”. Eu ainda estou com algumas dificuldades no kimbundu, por isso não percebi se estava ou não embriagado, mas sobretudo não percebi se o condutor era Pula (branco) ou se ele pula (salta) do carro. E como segundo outra testemunha, o condutor tentou fugir, mas foi parado por uns populares que lhe deram uma sova (a testemunha incluí-se nos sovadores) e depois entregue à polícia que lhe deu mais uns açoites valentes, ainda é mais difícil saber se é ou não branco. Por um lado atropelar e fugir tanto pode ser um branco, que se decide parar para dar assistência arrisca-se a ser sovado (adoro esta palavra) como pode ser um angolano com o sentido cívico característico destas bandas. Ouvi a palavra Pula, mas pode ter outro sentido. Mas esperem! A testemunha disse que o entregaram vivo à polícia. Era preto de certeza.
Acabamos de ouvir esta notícia e eu estava a tirar fotos a um esgoto a céu aberto quando o nosso motorista decide mandar uma angolanada e ultrapassar pela direita. Uma motoreta que também manda uma angolanada e já nos estava a ultrapassar pela direita é atirada para o esgoto a céu aberto. Infelizmente tivemos de fugir e não consegui tirar umas chapas da situação. Mais acho que ainda o ouvi dizer: xiii patrão, cuida…..

sábado, 30 de junho de 2007

Telemóvel

Os telemóveis em Angola dão material para escrever aqui no blog durante semanas. Mas uma coisa me irrita. A maneira de dizerem os números de telefone e não compreenderem quando eu digo à minha maneira.
Eu, como qualquer pessoa normal (excepto o Pedro Santos, que também não é muito normal), digo primeiro o indicativo do operador, seguido dos primeiros 3 números, seguido dos outros 2 números e finalmente os últimos 2.
Qualquer coisa como:
92 .... 623..... 18... 07

Até entendo que o pessoal nas nossas províncias, como os Açores devido ao indicativo ter 3 números digam:
255 ..... 21.......32...... 31

Agora dizerem (como o Pedro Santos diz) uma Angolanada tipo:
9....2....62......3180........7

É mais uma coisa da lógica Angolana. Isto é pior que a atribuição de números de ruas aqui no Projecto Nova Vida.
E lembrem-se que se não dissermos desta maneira, eles ficam a repetir o número e enganam-se a escrever, porque pensam que estamos a repetir várias vezes.

Cacimbo

Acabadinho de chegar a Angola, depara-mo com o Cacimbo. É o Inverno! O Cacimbo em Angola é horrível. A temperatura média é 27 graus de máxima e 23 de mínima. Não chove. E sobretudo não há aquela nortada insuportável que senti aí na última semana.
Mais uma vez, fui directo do aeroporto para o local de gravação: uma praia. Assim que cheguei à praia vesti os meus calções, porque estava com calor. Para grande espanto meu, as senhoras da produção, cada uma acima dos seus 100 kg de peso (ou seja com uma boa camada adiposa) enroladas em toalhas e mantas, a tiritar de frio. Os meus colegas começam a chegar com camisolas de lã de gola alta. O segurança está com um blusão de penas!
É que este tipo de frio entra nos ossos. É aquele frio quente! Que se pode estar de calções e t-shirt, sem estar com frio.
É o começo das Angolanadas! Já estava com saudades disto.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Gaffes em Angola II


Numa festa de anos, numa casa particular estávamos a ver um jogo do Benfica e a beber umas cervejas. O jogo está a acabar e para variar o Benfica empatado. Isto signigfica que já se tinha bebido algumas cervejas e os espíritos estavam a roçar a euforia. De repente o Simão faz uma angolanada (ou seja, merda!). E de repente e espontaneamente grito: "Preto de merda" ao Simão. Eu continuo a achar que é lagarto e não gosto dele, apesar de reconhecer que infelizmente é o único jogador no Glorioso que consegue dar mais de 4 toques seguidos na bola.

Nunca mais fui convidado para nenhuma festa de anos!

Para que não haja dúvidas, a foto ao lado é do Simão, quando venceram o Benfica em 1994 e ele marcou 2 golos e foi decisivo.

E tenho de confessar. Depois de ver a atitude dele com aquele cabelo, subiu na minha consideração.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Ser Angolano é...




... lavar o carro todos os dias. Sim, todos os dias.
... engraxar os sapatos todos os dias à porta do trabalho.
...estar sempre a pensar na próxima refeição
...a cada refeição comer o melhor primeiro. Não se sabe o que vai acontecer nos próximos 15 segundos.
...não ter noção geo-temporal. Uma semana, é uma vida. “Sumbe, fica a 15 km daqui. Um instantinho!” – Fica a 400 km e várias horas de distância.
...nunca chorar, pois isso não põe comida na boca (nunca vi um bébé angolano chorar)
...falar dos problemas ao telefone em voz muito alta. Apanhei uma mulher no escritório aos gritos: “não vou, porque estou com diarreia, mano”.
...ter três carros e cada um precisa sempre de um empurrão para pegar, mas como se tem mais status possuir vários chanatos em vez de um carro que ande...
...carregar o bebé às costas tipo mochila (grande invenção e relembro que os putos nunca choram)
...carregar bilhas de gás cheias na cabeça de um lado para o outro
...deslocar-se km a pé para ir buscar água, todos os dias
... ao conduzir, insultar constantemente os outros condutores e pessoas
...no trânsito tentar ultrapassar tudo e todos, pelas bermas, subindo passeios, em contra-mão atirando os carros que vêm em direcção contrária para a berma
...ter um telemóvel de última geração 3G, apesar dos operadores existentes ainda não suportarem essa tecnologia.
...ter o telemóvel roubado de 15 em 15 dias.
...mudar a música do telemóvel todas as semanas e quando recebem a chamada deixam tocar durante 1 minuto para mostrar a todos que têm uma música nova, mesmo que percam a chamada.
...estar bem com a vida
...ser feliz!

Tudo isto porque está ainda incutido e de uma forma muito forte um espírito de sobrevivência. O instinto é fortíssimo. O que interessa é o agora. Nem o hoje é considerado. Estes gajos levam à risca o lema da Vodafone. Vivem o momento.

domingo, 24 de junho de 2007

Nova profissão

Neste momento tenho mais um profissão para colocar no CV. Depois de lavar chávenas no Mabuba, servir bicas, promotor (AKA Luva Man) para a TV cabo na região da Damaia, atleta, analista de mercado, gestor de produto, especialista corporate, vendedor de automóveis, modelo, actor, entregador de flyers (isto já com 31 anos) à porta do cinema do Oeiras Park agora tenho mais uma profissão.


Sou empresário! E ser empresário é muito mais que constituir uma empresa. É poder dizer-se que se é empresário. E tudo isto pela módica quantia de 380 Eur. Acreditem que vale a pena. Tudo é fácil agora com o sistema empresa na hora. A única questão é que temos de escolher o nome da empresa de uma lista já feita por eles. E os nomes são extremamente criativos. Fizemos a seguinte shortlist:

Fada do canavial, Gostos exuberantes, Sobre a Marginal, Mimoso & Fabuloso, Mistura exótica, Prove e aprove, Coma mais.


O nome da empresa escolhido? O óbvio: Mimoso & Fabuloso, Lda.


Brevemente consultem a nossa página em http://www.mimosoefabuloso.pt/, onde vamos explicar as ramificações e áreas de actividade que a nossa empresa se dedica.

Muitos estarão a perguntar, porquê Mimoso & Fabuloso. Nós respondemos: Porque não? A nossa questão e primeira discussão entre os sócios é saber quem é o Mimoso e quem é o Fabuloso. Ambos queremos ser o Mimoso. Se quiserem comentar a ajudar, agradecemos.

Gaffes em Angola

A primeira grande gaffe que cometi em Angola foi apenas 2 dias depois de ter chegado. Estava no set de gravação, que é uma esplanada na praia. Estava sentado à mesa com outros actores e não nos podiamos levantar porque estavam a fazer a luz. Pedi à produção que trouxesse água para todos. O assistente de produção serve todos menos a mim. Sim! Saíu-me a clássica: "E eu? Sou preto ou quê?"

Depois de me aperceber do erro, tentei disfarçar dizendo: "como sou o único branco... han?? perceberam?" Acho que não perceberam. Continuei sem água!

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Gasosa II

Frase de entrada nas instalações da polícia em Angola: “A polícia é como uma árvore cuja sombra protectora se projecta sobre a população. Se a sombra for amena, os cidadãos vão se acolher debaixo dela, e vão sentir-se protegidos.”

A polícia é a maior privilegiada nestas questões gasosas. É frequente pararem carros com brancos e implicarem com qualquer coisa. A técnica é simples. Como não pagámos gasosa na direcção geral de viação, os livretes demoram 3 anos a chegar e então temos umas fotocópias de uns certificados provisórios que podemos conduzir. Temos fotocópias, porque os certificados originais estão no notário para reconhecer (como não pagámos gasosa, demoram 1 ano e meio). Então as fotocópias não são válidas. Ou então a nossa carta não é válida porque não está escrita em português (sim, já me aconteceu também). O policia guarda os documentos no seu bolso e vai mandar parar outra viatura com brancos.
Normalmente como os brancos têm pressa e como vocês já sabem, os angolanos têm outro ritmo, o polícia joga com isso. Quanto mais pressa tivermos, maior vai ser a gasosa que teremos que pagar.
Eu já desenvolvi uma contra-técnica, que é o conjunto de várias técnicas que muitos tugas usam por aqui, e que tem resultado. Depois do agente guardar os documentos eu digo que fui assaltado há pouco e que me levaram todo o dinheiro. Agradeço ele ter-me parado e peço-lhe ajuda para irmos atrás dos assaltantes. E finalmente pego num livro, revista ou textos para decorar e fico a ler pacientemente. Assim que ele percebe que eu não tenho dinheiro, tenho tempo e ainda lhe posso dar trabalho a ir atrás de assaltantes, ele deixa-me ir.
Mas isto nem sempre funciona. Um dos meus melhores amigos aqui, um sul africano branco de origem germânica, aspecto ariano já foi preso 2 vezes. Na primeira, pediram-lhe a identificação e queando ele mostra o passaporte, acusaram-no de falsificar o documento de identificação. Ficou preso 1 dia e pagou 500 USD de gasosa. A segunda foi quando lhe pediram a identificação e ele não tinha o passaporte e prenderam-no por não estar identificado. Ficou preso umas horas e pagou 200 USD de gasosa. Compensa não andar identificado.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Reportagens em Angola - Continuação do post mais abaixo

Imaginem uma reportagem sobre um Jipe da Polícia que explodiu por causa de uma mina, colocada claro pela UNITA. Imaginem que os repórteres chegaram antes da ambulância. Imaginem que os dois polícias que iam nos lugares da frente morreram porque a ambulância não chegava. Imaginem que o único sobrevivente foi o prisioneiro que ia no banco de trás. Imaginem que os repórteres entrevistam o prisioneiro deitado no que resta do carro, com bocados dos corpos dos polícias ainda no banco da frente. Imaginem o prisioneiro, deitado no banco de trás, com ferimentos e a tentar estancar o sangue de algumas feridas no peito, a contar o acidente. Imaginem toda uma naturalidade em volta desta situação como se estivessem a pedir para comentar o jogo do dia anterior entre o Petro e o 1º de Agosto.

Quem faz Televisão em Angola...

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Humor em Angola

Para ajudar ainda mais aumentar a minha insegurança humorística, eu que pensava que era pioneiro a gozar com outras raças e mais uma vez os Angolanos me ultrapassaram. Existe em Angola uma sitcom, que passa já há alguns anos chamada “Conversas no quintal”. Um dos muitos episódios que vi, entra o preto mais retinto da África sub-sahariana, disfarçado de chinês, com a cara cheia de farinha (de milho para ser amarelo). A única personagem que percebe que ele está disfarçado é a astuta criada que mal o vê diz: “o que estás a fazer disfarçado e mais branco que o Micau Jacsom?” Risos incontroláveis na plateia. Mais nenhuma personagem percebeu este brilhante disfarce. E a certa altura não é que os angolanos trazem um chinoca verdadeiro, com um ar desgraçado, para a frente das câmaras. Este chinoca que não sabia português e nunca devia ter estado num set de gravação na vida. Olhou várias vezes para a câmara e como não percebia nada, andava a ser empurrado pelos outros actores para sair da marca deles. Ou seja, basicamente o programa foi trazer um "chung" para o set para enxovalhar ao máximo os chineses.
Mais, os angolanos desenvolveram um novo tipo de humor. Se nos Estados Unidos agora está muito na moda o “Unintentional Comedy” onde grandes humoristas como David Hasselhof e Chuck Norris fazem um sucesso desmedido com as suas performances nos anos 80 e em Portugal agora os Gato Fedorento fazem furor com o Nonsense, em Angola estão ainda mais à frente.
Exemplos de situações humorísticas, das “Conversas de quintal”: A criada de casa chega à sala e pergunta à senhora: “Falou com o Sr. Gervásio sobre o meu salário?” A senhora fingindo atrapalhação, responde “ah, pois é!!” Risos descontrolados na plateia (pré gravados, obviamente)!! Noutra situação das mais hilariantes foi quando o jardineiro, completamente fora do contexto do episódio e da cena se vira para a criada e diz: “eu quero é a minha garrafa de whisky!”. Risos gerais. Inicialmente pensei que fosse eu que estava fora do contexto da série. Mas acreditem que não perco um episódio.
Mais uma vez Angola supera Portugal. Estão os Gato Fedorento ainda com Nonsense e estes gajos já partem a louça toda há anos com o absurdo.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Televisão em Angola

Volto a repetir: quem faz Televisão em Angola faz em qualquer lado do mundo. Até porque eu tenho experiência de fazer TV em todo o mundo.
Não acreditam nas dificuldades. Então imaginem que o estúdio de gravações fica no ginásio de um liceu. Imaginem a temperatura de 32 graus fora do estúdio. Agora imaginem um estúdio, sem ar condicionado com as luzes. Mas esperem, imaginem que os pivots, apresentadores, convidados, actores etc., são pretos. Precisam de muito mais luz para iluminar os rostos que os brancos. A iluminação para os pretos é muito mais complexa, exigente e essencialmente precisa de mais potência. Quanto mais luzes e mais fortes, mais quente fica o estúdio. Estúdio que tem que estar o mais fechado possível para se tentar isolar o som dos miúdos a assaltar colegas no pátio da escola e do toque de campainha. Imaginem agora a temperatura dentro do ginásio! Imaginem que a energia falha de hora a hora e fica tudo escuro. Imaginem fazer directos nestas condições. Imaginem um pivot do Telejornal com um ar agressivo com a testa toda suada. Imaginem que só vêm a testa do pivot porque ele não tem teleponto e está sempre a ler (muito devagar) as folhas que tem em cima da mesa e raramente consegue olhar para a câmara. Imaginem o que é fazer um programa infantil com 30 pretitos descontrolados neste ambiente. Imaginem o que é fazer um programa de actividades radicais para jovens onde o apresentador tem 68 anos (o gajo mais velho de angola depois mãe do Presidente), e não pode ser substituído devido a cunhas. Imaginem uma censura que obriga a que tudo o que fala de e sobre Angola tem que ser positivo.
Não conseguem imaginar? Venham a Angola fazer Televisão!

terça-feira, 5 de junho de 2007

Engarrafar

Já sabemos que os Angolanos adoram gasosa e por isso a única indústria em Angola são fábricas de engarrafar e enlatar a gasosa. Para além disso o angolano é especialista em engarrafar trânsito. Os engarrafamentos aqui são constantes. Há histórias de engarrafamentos épicos de 7 e 8 horas, em dias de chuva, quando às 2h da manhã demoramos 15 minutos. Eu não acreditava. Até ver os engarrafamentos normais de hora de ponta, onde vemos as pessoas a andar a pé mais depressa que nós, no carro (branco não anda a pé!!).
Numa estrada de terra alternativa, há um local que forma uma fila que pode demorar 10 minutos a passar com o tráfego normal daquela hora, porque há um buraco “crateroso”. Mas há sempre um ou mais angolanos que não querem esperar 10 minutos e ultrapassam pela direita. Quando chegam à frente tentam meter-se à cigano (esta comparação é só para poder achincalhar várias raças num único post), há carros que não deixam e o trânsito começa a afunilar e a andar mais devagar. Então outros tentam ir pela esquerda. De repente temos 5 faixas onde normalmente só temos 1. Os carros que vêm em sentido contrário têm a sua via obstruída e tentam passar o buraco pela faixa de rodagem contrária. A certa altura, não dá para perceber se se conduz pela direita ou pela esquerda porque há carros a tentar andar em todas as direcções e sentidos. Felizmente para compensar a situação, os Angolanos são dotados de um grande sentido cívico. Ninguém deixa passar ninguém. Nem mesmo para que ele possa passar a seguir. É a mesma demonstração de civismo que têm quando não param nas passadeiras e ainda gritam com o transeunte: “queres morrer, oh filho da puta?”
Resultado final. Saída de casa às 10 horas da manhã. Chegada o destino às 14 horas, num carro sem ar condicionado e 32ºC. (normalmente demoramos menos de 1 hora quando saímos entre as 8h30 e as 10h30.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Conduzir em angola

10 Regras/conhecimentos básicos para conduzir em Angola:


  1. As estradas principais têm 2 vias, em alcatrão com muito buraco. Ao lado é terra, lama quando chove, lixo, água, pessoas, etc. No alcatrão há engarrafamento e consequentemente uma estrada de 2 vias fica normalmente com 4, tudo bem apertadinho.

  2. Andar sempre pela esquerda e ultrapassar os camiões, que andam sempre pela esquerda, pela direita. Isto porque a polícia tem mais dificuldade parar carros que vão no meio.

  3. A questão validade das cartas angolanas em Portugal é muito debatida aqui. Foi mais uma razão para odiar os tugas. Mas compreensível aí na “tuga”. Poucos aqui têm carta e destas, muitas são recebidas em troco de ... sim, adivinharam: Gasosa! Poucos sabem conduzir.

  4. Os candongueiros (ver foto ao lado), que são os autocarros daqui, andam pela direita e estão sempre a parar para recolher ou deixar passageiros. E depois metem-se à maluca. Esta é a razão porque nós, os brancos, e os camionistas andamos pela faixa da esquerda.

  5. Sempre que vemos um polícia ligamos o limpa para brisas. Isto distrai a polícia. A primeira reacção que eles têm é olhar para o céu para verificar se está a chover. Depois começam a gozar com os brancos: “Estes pulas são mesmo burros. Vão com o limpa para brisas ligado e não está a chover. Otários!” E entretanto já passámos e não pagámos gasosa.

  6. Nunca parar numa passadeira. Se pararmos para deixar alguém uma das duas situações vai acontecer:
    a) Um carro ultrapassa-nos pela direita (lembrem-se da regra 2 – sempre pela esquerda) e mata o transeunte
    b) Um carro bate-nos por trás porque não estava à espera que alguém pare numa passadeira.

  7. Aqui não há seguros. Por isso não batam nem levem batidas de ninguém (boa regra esta, han??!)

  8. Se atropelarmos alguém, não paramos. Pelo contrário tentamos fugir pelas faixas da direita. Senão morremos.

  9. Não arrancar logo num dos 4 semáforos de Luanda, mal ficam verdes. É preciso contar até 5 porque eles depois de verem o encarnado têm 15 segundos de reacção para parar e a maior parte continua.

  10. Olhar em todos os cruzamentos que têm stop. Muitos cruzamentos têm stop em todas as vias que se vão cruzar e por isso ninguém pára (sim, lógica angolana).

domingo, 3 de junho de 2007

Gasosa

Antes de lerem mais qualquer coisa sobre Angola é preciso que tenham em mente este conceito, que é o da Gasosa.
A seguir a sexo, aquilo que os Angolanos mais pensam é na Gasosa!
A Gasosa é uma palavra multifuncional aqui em Angola.
Primeiro significado é o sentido literal e físico: Uma lata de coca-cola, fanta ou sprite. A Coca-Cola Company vende mais em Angola que em toda a Europa junta. Cada Angolano bebe no minímo 4 gasosas (latas ou garrafas) por dia. Uma a cada refeição (Mata-bicho, almoço, lanche e janta). Muitos, bebem mais de 2 a cada refeição e outras a meio da tarde. Há ainda aqueles que bebem uma para sobremesa. Finalmente antes de qualquer saída à noite bebe-se sempre 2 ou 3 gasosas antes de começar a beber os 4 litros de cerveja e meio litro de whisky, só para acamar. Ou seja, o Angolano médio bebe em média (segundo as minhas estimativas, que andei a apontar e calcular no programa estatístico SPSS) 7 gasosas por dia.
O segundo significado é a forma comparativa. “Este funge (prato típico que o Angolano adora e que é farinha com água aquecida) está melhor que gasosa” ou uma frase romântica entre namorados: “gosto mais de ti que de gasosa!”.
O terceiro sentido é o de peso e medida. Exemplo clássico: cuidado que esta mala pesa 2 grades de gasosa”; “quanto é que custa isto? – Custa 2 gasosas e meia!”.
É frequente ouvirmos os putos de rua pedirem aos brancos: “paga-me uma gasosa!” e daí deriva o melhor significado de Gasosa. Vou dar alguns exemplos:
Um polícia para um carro que infringiu ou não alguma regra de trânsito. Depois de algum tempo diz: “Eu posso deixa-lo ir, se me pagar uma gasosa!” Neste caso a gasosa é cara, custa entre 10 e 100 USD.
Querem reservar um quarto no hotel, tem de se pagar uma gasosa (tabela normal é de 150 USD por quarto) ao empregado do hotel. E acreditem que não há quartos livres.
Querem ter o visto em menos de 3 meses, paga-se uma gasosa aos empregados da embaixada e Ministério da Migração e Estrangeiros. Aqui a gasosa varia entre os 200 e os 1000 USD
Querem que o motorista da empresa onde trabalham vos venha buscar às horas combinadas, tem de pagar gasosa senão, ele “vai ficar preso no engarrafamento” e só chega 8 horas depois (sim, já me aconteceu!).
Na chegada ao aeroporto, o policia alfandegário decide questionar-nos sobre o facto da nossa escova de dentes ser encarnada. Pagamos uma gasosa e passamos tranquilos. Senão temos 4 horas de espera.
Ou seja, gasosa é um eufemismo para suborno. E está constantemente a ser utilizada.
Estas noções sobre Gasosa é importante para os textos que irão ler futuramente (sim, porque continuam interessados neste blog espectacular) e para qualquer pessoa que queira vir a Angola.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Angola 2 vs Portugal 1

Disseram-me que é racismo gozar com os pretos! Racismo é não gozar! O politicamente correcto é prejudicial à eliminação dos preconceitos raciais. Um preto como o Chris Rock, um dos meus comediantes preferidos, pode gozar com brancos e pretos e eu não? Eu quero ter o direito a gozar com todos. Nos EUA, brancos ficam hipocritamente ofendidos se dizemos black, porque o termo correcto é Afro-Americano. Então eu aqui em Angola tenho que dizer Afro-Africano? Ou Nativo Africano? Aqui há pretos, brancos, mestiços e cabritas lindas! O que é que interessa o que chamamos uns aos outros?
Ah é? Então a partir de agora fico ofendido quando me chamarem branco. Têm de me chamar Euro Caucasiano. Não!! Não quero ser confundido com os loirinhos lá de cima da Escandinávia. Chamem-me Sul Euro Caucasiano.
Um jornalista Norte Americano Jon Entine, escreveu recentemente um livro tabu! “Porque é que os pretos são melhores que os brancos no desporto?” Segundo vários estudos, a nível intelectual não há diferenças entre raças, mas sim entre grupos sociais, devido a factores como alimentação, educação, formação, etc. “Race is a social construct, not a scientific classification,” the New England Journal of Medicine.
Então os pretos são melhores que os brancos em tudo. Cantam melhor. Dançam melhor. Têm mais ritmo. Jogam melhor. São mais rápidos. São mais explosivos. Saltam mais. Têm mais força. Melhores reflexos. Não têm gordura. E segundo o que várias Angolanas me disseram, por experiências próprias e nas palavras delas: F**** melhor! (palavras delas que eu não digo asneiras). E o mito de que os pretos têm-no maior, confirma-se. Enfim, quanto mais preto melhor.

Os brancos que acham que são iguais aos pretos, não são brancos. São broncos! Há que reconhecer a superioridade.
A minha sorte é que sou mestiço e tenho sangue preto dentro de mim. Sinto-me preto. De branco tenho muito pouco. As únicas coisas brancas que estou a ver que tenho são: não ter ritmo, não ter ouvido para a música e conseguir desafinar sempre que tento cantar. Também não sei dançar e ainda me lembro, que uma Cabo Verdeana, que pacientemente me tentava ensinar Kizomba, me disse que parecia que tinha engolido um pau de vassoura (isto depois de várias noites em Cabo Verde a treinar com elas). Já me esquecia, tenho pouca explosão física e uns rins duros que não me permitem mudar de velocidade. Por falar em velocidade, sou lento! Tenho pouca força e engordo facilmente. Por mais que vá ao ginásio não ganho músculos. A penka também é muito grande. Mas tirando isto tudo, sou preto. Esperem…, na cama também sou demasiado branco e as minhas namoradas estão sempre a queixar-se. Elas também se queixavam que também sou muito branco relativamente aquela questão do “mito”! E ainda dizem que o tamanho não importa. Mas tirando tudo isto, sou preto. E não sou o único a querer ser preto. Todos nós queremos, por isso ansiamos por estarmos sempre o máximo bronzeados. Quanto mais pretos melhor!

Este artigo mostra bem que o racismo e a preocupação de manter as diferenças entre as raças é burrice, como diz o Gabriel o Pensador:
http://members.aol.com/newssciencepage/050128_race.htm

Quem não quer misturas é porque nunca viu cabritas ou mestiças. São lindas!

E neste aspecto, por ter mais pretos que Portugal, Angola ganha mais 1 ponto.

Angola – 2 vs. Portugal - 1

Angola - 1 vs. Portugal - 1 Empatámos!

Desde que cheguei a Angola não percebia porque é que os elevadores param nos andares e há sempre um angolano que pergunta vai subir, quando estamos a descer ou se vai descer, quando estamos a subir.
Ao início estranhei, mas depois como tudo por aqui, fui me habituando. Quando o elevador parava num andar, se era branco entrava e eu dizia “boa tarde”. Se era Angolano, eu automaticamente, mal a porta abria e podia vê-lo, respondia a direcção que o elevador tomava (“Vai descer!”). O Angolano, fazendo jus à simpatia inerente que o povo tem, agradecia com um sorriso e ficava à espera do próximo que fosse tomar a direcção oposta.
Também não percebia porque é que os hotéis em que estive, com tantos elevadores para tão poucos andares, pessoas e movimento demoram tanto tempo. “É o ritmo Angolano” pensei eu, até nos elevadores…e como tudo por aqui, conformei-me!
Hoje finalmente percebi, quando o motorista chamou o elevador. Nós estávamos no 4º piso e o elevador no 0. Ele carrega no botão que indicava subir. Eu apresso-me a carregar no que vai descer, senão o que iria descer passaria por nós e teríamos de esperar ainda mais (e tendo em conta o ritmo angolano, era coisa para demorar mais 23 minutos). Ele diz-me para eu estar tranquilo porque os elevadores estavam todos no R/C e ele já os tinha puxado para cima. Ou seja, o Angolano vê em que piso está o elevador e depois puxa-o na sua direcção. Por isso continua a esperar nos andares!
Desculpem lá, mas quanto ao ideal de beleza (ver patranha em baixo), Angola dá baile a Portugal. Mas esta não vou perdoar. Portugal empata.

Angola -1 vs Portugal – 1

Kintas

Choque Geracional I

Geração Rasca vs. Geração Morangos com Açúcar

Para os putos de 20 anos, hoje e todo o seu crescimento foi fácil. É tudo fácil! A vida é fácil. Ter uma consola e jogar PES é fácil. Sair à noite, apesar de ser mais perigoso, é fácil. Ir à neve é fácil. Fazer viagem de finalistas da primária é fácil. Safar-se com uma miúda, não é fácil! É “facilíssimo”!
Para além de ser tudo fácil, tudo é em euros. Odeio quando um puto me pergunta, quanto custou uma coisa. Se respondo 7 contos, ele fica a olhar para mim com ar de parvo. Eu ainda me lembro quando um rebuçado diamante custava 25 tostões, no quiosque da Adelina, junto ao mercado de Oeiras.
Os putos hoje têm tudo!
Os putos não tiveram de trabalhar como eu durante os estudos. Os pais dão-lhes dinheiro só para eles estarem calados. Mas sobre a minha dura infância laboral, eu escreverei mais tarde.
Antigamente tínhamos de jogar ao Bate Pé para sacar uns beijos. E mesmo assim ainda tive
de inventar uma regra (sim, já na altura estava sempre a inventar regras e teorias!) em que elas não podiam bater o pé mais de 10 vezes, porque havia raparigas que já tinham a sola gasta de eu tanto pedir o 7. Hoje a iniciação sexual dos putos começa como uma orgia a nível gang bang Carnaval brasileiro.

Antigamente tínhamos de mentir durante 2 meses a uma miúda, dizer que íamos casar com ela para depois, da quarentena mínima de 2 meses, poder fazer “O Amor”! Hoje, os primeiros 2 meses são só para sexo sem compromisso para ver se há bom encaixe para um possível, mas nada certo, namoro.
Antigamente as miúdas eram espertas e inteligentes (para mulher, claro) e dificilmente as enganávamos, sendo elas que nos controlavam e faziam de nós o que queriam. Hoje as miúdas são frívolas, burras e inconscientes. Por isso são muito mais felizes e dadas e descomplexadas. Enquanto as outras acabam complexadas, inseguras e infelizes porque percebem que nunca irão atingir os seus objectivos e ser melhor que os Homens, terminando solteiras, gordas e ressabiadas.
Antigamente, tive de pagar 2 bolos e 1 cachorro no bar do liceu à baleia da Marta, para ela me mostrar os peitinhos (SEM TOCAR!), durante 10 segundos, atrás do pavilhão 2. (eheh, valeu bem os 127$50!!). Hoje os putos, à moda de spring break americano dão colares de pechisbeques e elas agarram na cabeça deles, esfregam contra os seus peitinhos e dão-lhes uma valente sova de mamas, no meio da rua.
Antigamente as miúdas iam para o liceu de fato de treino azul escuro e largo para as aulas de educação física. Hoje, usam calças justas de algodão ou Lycra e tops reduzidos nos ginásios.
Antigamente, elas usavam calças jeans Uniform, Chevignon ou Soviet até ao umbigo. Hoje as calças são sempre descaídas a mostrar a barriguinha e na parte de trás um bocadinho do mealheiro e respectivo fio dental. (no entanto há muito bagulho que devia ter noção e deixar de ter as banhas à mostra!)


Por falar em fio dental, antigamente as cuecas delas eram tipo Jockey, estilo Homer Simpson sentado no sofá a um domingo à tarde. Hoje se o fio dental tem mais de 0.5 cm é largo demais, isto quando usam cuecas.
Antigamente ficávamos várias noites a galar miúdas no Bauhaus ou Louvre, enquanto tentávamos não apanhar dos gajos da Madorna ou Fim do Mundo. Se não tivéssemos amigos em comum, não servia de nada ir falar com ela, pois não nos ligaria, mesmo que estivesse a retribuir os galanços. Hoje, os putos no Loft e Coconuts, mesmo sem terem trocado um olhar, se dão um encontrão de costas sem querer, viram-se e começam a comer-se instintivamente no meio da pista.

Cabrões dos putos!

Kota

domingo, 15 de abril de 2007

Ideal de beleza certo!

Angola tem um ritmo diferente. É que se ouve muitas vezes dizer quem regressa deste país. Mais que um ritmo, tem muitas coisas diferentes e coisas que apesar deste ser um dos 10 países mais é um deles. Enquanto na Europa o ideal de beleza são mulheres magras e sem pêlos, que exigem destas muitas horas e dinheiro gastos em ginásios, comida pobres do mundo, estão muito mais avançadas que a Europa. E o ideal de beleza especial, esteticienes, depilações a laser ou cera fria e quente, privações de comida, álcool, etc. Aqui o ideal de beleza faz muito mais sentido. As mulheres querem-se grandes e com pêlos. Já viram o que facilita a vida? Se nós aí gostássemos de bagaços peludos, estávamos felizes sempre que saíamos à noite. Mas não! Queremo-las magritas, depiladas, carinha angelical ou fatal. Porque é que não gostamos das penkudas, testudas, queixudas, com prognatismo, estrábicas, carecas ou até anãs. Com o entulho que há em Portugal, cada vez que íamos à rua era com prazer. Já estou a imaginar a Charlize Theron a fazer-se a mim e eu a responder educadamente: “Desculpa lá, mas não vai dar. Não tens celulite! Nem uma borbulha sequer na cara?? Mas gostei de ti como amiga. Vai beber umas coca-colas e comer umas chamuças com alho para melhorar o hálito!”
Imaginem nos meus primeiros dias de gravações. O Tó Maria, nome carinhoso que eu chamo à minha personagem nesta série, tinha de passar por duas Angolanas boazudas (segundo o standard deles) e ficar maravilhado com esta beleza. Estas duas Angolanas tinham um cagueiro de fazer inveja à Margarida Martins, quando ainda era porteira no frágil, mais pêlos no peito e barriga que o Toni Ramos (porque é que o Toni Ramos é sempre o alvo de comparações com pêlos?? Estive 20 minutos a tentar arranjar outro e este é realmente o melhor! Estive quase para dizer um dos meus melhores amigos, o Chef Cardoso, mas poucos o conhecem) e pêlos no queixo mais compridos que um taliban convicto há anos. Depois pintam as unhas dos pés com flores, como se isso fosse desviar a atenção do resto. Aí é que eu vi que eu vou ser um actor para ganhar o globo de ouro angolano! Mas mesmo assim precisei de 8 takes. Só ouvia: “Corta! Esse ar é de deprimido”; “Corta! Esse ar é de tarado!”; “Corta! Esse ar é de assustado!” Lá ao fim do oitavo take fiz o ar maravilhado e inocente que um bom director comercial do BFA deve ter.
Os pêlos no peito assustam-me muito. Mais que os pêlos entre o umbigo e a… inicio das calças. Como diz o grande humorista André Pardal, são os refugiados. Não os deixaram ficar na mata, tiveram de se refugiar naquela zona mais exposta.
Mas os angolanos é que sabem.

O ideal de beleza para homens também é diferente. Mas desse falamos depois.

Malenka (vão com calma em Kimbundo),

Tó Maria

Paulucho...


Cheguei a Luanda às 7h da manhã de segunda feira. Directo para o set de gravações. Primeiro choque cultural: o apanhar de bagagens no tapete do aeroporto. As minhas para variar são sempre as últimas. Tenho sorte a tudo na vida, excepto aos jogos de azar, tempo/clima quando viajo e malas no aeroporto. Apesar de estar habituado aos 45 minutos que a Ground Force (empresa da TAP) me faz esperar no minímo, aqui esperei quase 1 hora. Mas a cereja no topo do bolo ainda estava para vir. Assim que eles colocam as últimas malas no tapete (neste caso as minhas), param o tapete. Ou seja, temos que ser nós a ir dar a volta toda ao tapete a pé, para ir buscar as malas. Porquê a pé e não com o carrinho? Porque aqui temos um negão a guardar os carros e temos de lhe dar dinheiro (euro ou doláres) pelo carrinho. Como sou fonas...
O set de gravações é lindo. Esplanada na praia. Mal chego, sou atirado às feras. Apresentam-me 30 pessoas ao mesmo tempo, que ainda por cima me parecem todos iguais. Não consigo distinguir quem é que é da equipe técnica, quem é figurante e quem é actor. Realizador em stress para cumprir o plano começa com as indicações: "Vou fazer um travelling com a 1, troco para a 2 quando chegares a esta marca, desligas o telefone, voltas para a 1 e depois faço o diálogo a trocar entre a 1 e a 3". Resultado, os primeiros dias, estava ainda mais canastro que o normal. Tão canastro estava que o realizador e outros directores de tanto gozarem comigo, fizeram com que o resto dos técnicos pensassem que o meu nome é Canastro e não Bernardo (eles aqui felizmente não sabem o que é ser um grande canastrão!)

Portugal e agora Angola ganharam mais um grande canastro!! Aliás, até já o Assistente de Iluminação (agora um dos meus melhores amigos lá), o Paulucho, aqui na foto ao lado, pensa que o meu nome é "Cánástro" e não Bérnárdó! Diz do alto da sua inocência e 132 kg de massa muscular: "Sr. Cánástro, por fávô, libera aí os pé pra mim arrastá esses cabu!" Muito bom!


Jokas

Cánástrô

sábado, 14 de abril de 2007

Odeio blogs...

...mas esta não é uma forma de os criticar. Quando não os podes vencer... Então, porquê este blog?
1. Para começar a recolher conteúdos e não perder ideias e para poder escrever coisas mais interessantes. Por isso, vou escrever tudo. Coisas muito más e outras ainda bem piores.
2. Para poder gozar abertamente com todos, sem querer mal a ninguém.
3. Para aproveitar e contar as histórias das minhas viagens e estadias fora de casa (em vez de enviar mails chatos que ninguém gosta de ler)
4. Para tentar sacar damas. Na cinemateca vemos grandes foguetes ao lado de pseudo intelectuais feios e claro com higiene descuidada. Quero ver se me safo com uma destas a dar uma de intelectual.
5. Parecida com a anterior: mais uma grande deixa para falar com miúdas: "ah, e tal... no meu blog já falei uma vez sobre a questão da dualidade entre o neo expressinismo e a performance, e se isso é realmente teatro. Mas se pensarmos bem o que é teatro..." E aí fica FÁCIL!!
6.Para mostrar que as diferenças existem, mas como diz o grande Hélio Araújo (um filósofo e músico moderno), é a gozar com essas diferenças que nos podemos aproximar uns dos outros e ver que não são importantes.

Quero agradecer à Pipoca (mais doce), pois foi por causa do blog dela que decidi criar este. Aconselho vivamente a lerem o blog dela. Principalmente quando ela escreve sobre mim. Sempre que acordo deprimido vou ler as coisas dela (já é a minha homepage). Fico com o ego inchado.


Jokas a todos

Prof Kizango